Marcha Mundial das Mulheres!
Arquivo SOF
Marcos Aragão
Afirmaremos, por outro lado, os processos de construção de alternativas a este modelo no continente, tendo a integração dos povos como horizonte. Nossas lutas e propostas se encontrarão com movimentos sociais aliados em todo o continente no Fórum Social das Américas, também em agosto (do dia 11 ao 15), em Assunção, no Paraguai. Será um momento de fortalecer nossas articulações por um mundo com soberania dos povos e autonomia das mulheres. Acalentamos o sonho e a esperança de que a América Latina possa contribuir para avançar processos de transformação em muitos países - e esperamos que o Brasil tenha um papel efetivo nessa jornada!
Mobilização no Brasil
No Brasil, a caminhada entre Campinas e São Paulo vai reunir mulheres de todos os estados do país. Muitas delas viajarão horas (em alguns casos, dias),a maioria de ônibus, outras de barco e avião, para participar da ação.
Serão militantes da cidade,do campo e da floresta; negras brancas e indígenas, de diferentes gerações. Na riqueza desta diversidade, há uma identidade e objetivos comuns: o desejo de superar a injusta ordem atual que provoca violência e pobreza.
Serão militantes da cidade,do campo e da floresta; negras brancas e indígenas, de diferentes gerações. Na riqueza desta diversidade, há uma identidade e objetivos comuns: o desejo de superar a injusta ordem atual que provoca violência e pobreza.
O processo de mobilização das caminhantes começou há mais de um ano. As delegações foram formadas a partir dos comitês da Marcha nos estados, da Central Única dos Trabalhadores – CUT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag que fazem parte da Executiva da Marcha Mundial as Mulheres, além de movimentos nacionais parceiros (como o MST e as mulheres da UNE).
A 3ª Ação Internacional estará marcada aqui por um forte processo de auto-organização e trabalho coletivo: as militantes estão divididas em comissões de cozinha, infra-estrutura, segurança, saúde, comunicação, formação e cultura.
Acreditamos que só a partir de nossa organização e mudança da consciência do conjunto da sociedade é que conquistaremos as mudanças com as quais sonhamos.
“Somos mulheres e não mercadoria” é nossa palavra de ordem, que expressa a essência de nossa luta contra o patriarcado, o capitalismo, o racismo e a homofobia. A tirania do mercado se ancora nas mulheres trabalhadoras, tratadas como um produto que se adapta às exigências do mercado. Esse é o sentido da imposição
de um padrão de beleza inatingível e da eterna juventude como sinônimo de felicidade.
Marchamos para denunciar as relações de opressão sobre as mulheres, o machismo, o racismo e o preconceito contra lésbicas. Lutamos pela descriminalização e legalização do aborto, pelo direito das mulheres decidirem sobre a sexualidade e a maternidade. Marchamos para construir um mundo onde nenhuma mulher seja tratada como objeto na indústria da pornografi a, da prostituição, do tráfico ou da publicidade.
Um mundo baseado na liberdade, igualdade, justiça, paz e solidariedade.
Marchamos para denunciar as relações de opressão sobre as mulheres, o machismo, o racismo e o preconceito contra lésbicas. Lutamos pela descriminalização e legalização do aborto, pelo direito das mulheres decidirem sobre a sexualidade e a maternidade. Marchamos para construir um mundo onde nenhuma mulher seja tratada como objeto na indústria da pornografi a, da prostituição, do tráfico ou da publicidade.
Um mundo baseado na liberdade, igualdade, justiça, paz e solidariedade.
Pela autonomia econômica das mulheres
Marchamos pelo reconhecimento do trabalho das mulheres e questionamos a divisão sexual do trabalho. Essas questões estão no centro do debate sobre autonomia econômica feminina.
O desafio necessário é construir novas relações sociais e um novo modelo econômico. O modelo dominante só considera como produtivas as atividades realizadas na esfera mercantil, desconhecendo uma imensa quantidade de trabalho doméstico, de cuidados e para o auto-consumo, em sua maioria realizados por mulheres. Além disso, desvaloriza o trabalho assalariado das mulheres, sobretudo o das negras, perpetuando diferenças salariais entre homens e mulheres, e entre brancas e negras.
A divisão sexual do trabalho, que impõe às mulheres as responsabilidades pelo cuidado com as crianças, idosos e doentes, continua mantendo e aprofundando a desigualdade. É importante que, além de melhor dividido entre homens e mulheres, o trabalho doméstico seja assumido pelo Estado, com a criação de novos equipamentos sociais (como lavanderias e restaurantes públicos) e a ampliação do acesso a creches públicas de qualidade, em período integral.
Atualmente, apesar de ser uma determinação do Plano Nacional de Educação, faltam vagas e informações sobre a cobertura desse serviço no país – estima-se que 80% das crianças brasileiras nesta idade estejam sem esse atendimento. É preciso também garantir políticas anti-racistas como caminho para igualdade das mulheres negras e de todas as etnias discriminadas. Para isso, são necessárias políticas públicas que levem em consideração a exclusão das mulheres negras em relação à previdência, emprego e renda, creche e educação, saúde e moradia. É fundamental também garantir todos os direitos trabalhistas para as trabalhadoras domésticas, inclusive a jornada semanal de 40 horas e a obrigatoriedade do FGTS.
Atualmente, apesar de ser uma determinação do Plano Nacional de Educação, faltam vagas e informações sobre a cobertura desse serviço no país – estima-se que 80% das crianças brasileiras nesta idade estejam sem esse atendimento. É preciso também garantir políticas anti-racistas como caminho para igualdade das mulheres negras e de todas as etnias discriminadas. Para isso, são necessárias políticas públicas que levem em consideração a exclusão das mulheres negras em relação à previdência, emprego e renda, creche e educação, saúde e moradia. É fundamental também garantir todos os direitos trabalhistas para as trabalhadoras domésticas, inclusive a jornada semanal de 40 horas e a obrigatoriedade do FGTS.
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