quinta-feira, 6 de outubro de 2011

DIREITO à DIFERENÇA

 www.jornalvicentino.com.br
A Educação Infantil  sendo  a base  da  educação  formal  precisa  estar  atenta  e  detectar  comportamentos  que   venham  demonstrar  restrições  depreciativas  no trato  com  seu  semelhante  mesmo  na  Educação  Infantil  ainda  se  observa  atitudes  que  comprometem  o  bom  convívio  entre  as  crianças . 
Trabalhando o Direito e a Diversidade de  forma  natural  e  lúdica numa parceria escola/comunidade tanto no planejamento, quanto na execução dessa integração, abordando  a  questão  da  responsabilidade  social  que  a escola  desempenha  junto  aos  alunos  e  comunidade.  A educação objetiva a construção da autonomia e cidadania.
Através de um planejamento bem elaborado visamos trabalhar paralelo o conteúdo formal, valores e atitudes de respeito mútuo.
A execução desse trabalho contará  com  a  participação  de  pais  e   pessoas  da  comunidade  que  tenham  disponibilidade   e/ou  que  possam  enriquecer  e  contribuir  para  minorar  os  problemas  vivenciados  relativos   à  Diversidade.
Por meio de brincadeiras lúdicas, linguagem oral e escrita, música, dança, manifestações artísticas, histórias, arte e outros,  esperamos  tornar  o  ambiente  escolar  mais  favorável  a  uma  educação  efetiva,  que  priorize  tanto  a  evolução  individual  quanto  a  universal.

GÊNERO, SEXO e SEXUALIDADE.


          Vivemos  em uma   sociedade   historicamente  marcada  pelas  diferenças  de  gênero.  A  condição  de  gênero  está  ligada  às  características  comuns  inerentes  ao  ser  humano  acrescidas  da  maneira  e/ou  atitudes  que  constituem  o  comportamento  que  cada  gênero  desempenha  em  uma  sociedade  .   Biologicamente  nascemos  macho(homem),  e  fêmea (mulher)  considerando  uma  única  característica  física  permanente  no  organismo:  os  órgãos  sexuais. Ser  homem  ou  ser  mulher não  é  portanto  tão  somente  uma  questão  anatômica  e  sim  que  as  identidades/comportamento  são  construções  culturais.

                Quando  nascemos  o  biológico  determina quem  somos  na  questão  sexual. Macho  ou fêmea .  A  partir  do  nascimento,  acredita-se  que  as  condutas  de  gênero   são  originadas  por  uma  programação  natural   e  biológica  de  comportamento  que  viria  junto  com  o tipo  de  corpo  físico  com que  cada  indivíduo  nasce.
               Comparando  diversas  sociedades,  homens  e  mulheres  são  representados  e  modelados socialmente  de  maneira  muito  variada  ao  mesmo  tempo  confirmando  que  a espécie  humana  é  essencialmente  dependente  da  socialização.
               A  sexualidade  é  um  termo  abstrato  usado  para  determinar  um  conjunto  de fenômenos  sexuais  ou  ligados  ao  sexo  que  se  pode  observar  nos  seres  vivos.  Podemos  dizer  também  que  sexualidade  é  um  conjunto  de  modalidades  de  satisfação  sexual.
             A  sexualidade  não  é  somente  uma  questão  de  instintos,  impulsos,  genes  ou  hormônios,  e  tampouco  se  resume  às  possibilidades  corporais  de  vivenciar  prazer  e  afeto.  Ela  é  também  uma  construção.  A  construção  da  sexualidade  integra  a   identidade  pessoal  de  cada  indivíduo,  são  originadas,  afetadas  e  transformadas  pelo  modo  como  os  valores  sociais  e  culturais  organizam  a  vida  em  um  dado  momento  histórico.
              Sexo  representa  tanto  prazer  quanto  perigo,  dessa  forma  a  família, a  escola,  a  religião,  a  ciência,  a  lei  e  o  governo  esforçam-se  para  determinar  o  que  é  sexo  e o  que  ele  deve  ser.  Assim  para  manter-se  o  sexo  sob  controle,  são  inventadas  regras,  consideradas  necessárias   e  imprescindíveis  não  apenas  para  o  bem  estar  social,  mas  também  para  a  organização  da  vida  em  sociedade.
           Nas  questões  de  gênero  as  orientações  sexuais  são  bem  distintas.  A  feminilidade  em  torno  da  maternidade,  e  a  masculinidade,  sob  o  signo  da  virilidade.
            Pensar  em  gênero  dentro  de  uma  perspectiva  igualitária  requer  observar  toda  uma  história  social  de  um  povo.  A  prática  de  igualdade  de  gênero  sempre  ficou  comprometida,  oprimindo  e  desfavorecendo  as    mulheres  em  sociedades  dominadas  pelo  homem
           A  partir  do  século   XIX   começam  a surgir  manifestações  públicas  pela  igualdade  entre  homens  e  mulheres.  No  decorrer  do  século  XX  foi  possível  explicitar  as  desigualdades  sociais  e  étno-raciais.
          O  início  da  luta  pela  igualdade  foi  durante  a Revolução  Francesa (1789 ).  Seus  princípios  de  justiça  social,  liberdade,  igualdade  e  fraternidade  passaram  a inspirar  gradualmente  os  séculos seguintes,  reivindicações  de  diferentes  segmentos  sociais  em  condições  de  desigualdades  de  acesso  a  direitos  então  negados.  Mas    a  partir  do século  XIX  é  que  começam  a  surgir  manifestações  públicas  pela  igualdade  de  direitos,  traduzidos  no  igual  acesso  a  ambos  à  educação,  ao  mercado  de trabalho  e  ao  voto.
          O  Movimento  Feminista  Brasileiro  foi  e  é  importante  força  social  para  despertar  a  consciência  das  mulheres  para  os  seus  problemas  e  para  questões  que  a  cercam  e  as  afetam  direta  e  indiretamente.
          O  marco  do  Movimento  Feminista  no  Brasil  foi  o  ano  de  1975.  Por  iniciativa  da  ONU -  Organização  das  Nações  Unidas,  foi  considerado  Ano  Internacional  da  Mulher.
          A luta pela igualdade de gênero e pela diversidade sexual está acontecendo e se transformando a cada dia... As feministas continuam atuantes, trabalhando arduamente para melhorar a vida da população.
          A maior vitória será quando as mulheres tiverem construído uma consciência. Feminista individual, isso traria conforto psicológico e agilidades na resolução dos problemas sociais.
 Angela Maria Anastácio de Lima 
     
     O homem funciona como uma “ponte” de transmissão entre casa e a rua, onde eles possivelmente mantêm relações sexuais desprotegidos com outras mulheres, ou fazem uso de drogas injetáveis sem o conhecimento de suas parceiras. Assim como assistir o depoimento de duas senhoras que durante o seu casamento adquiriram o vírus e uma delas teve também sua filha afetada hoje com 17 anos, e veio a descobrir quando o marido ficou muito doente, e ao ver o laudo óbito do mesmo, estava lá: - vítima do vírus HIV. Foi onde caiu a ficha.  E hoje elas são voluntárias de um grupo no bairro onde mora em Vila Velha ES.

       Outro aspecto problemático á a questão da mulher tomar a iniciativa sobre o sexo seguro com o seu parceiro. O sexo, a relação sexual e outros temas correlatos não são tratados nos cotidianos das pessoas da forma natural e desinibidos.

       É problemático pensar a mulher como um sujeito de uma atitude mais ativa na relação sexual, incluído a desenvoltura necessária para a proposição do sexo seguro. Além disso, há de se ter em conta o significado moral da camisinha.

     As campanhas vêm com o intuito de promover a competência feminina para a autoproteção contra a AIDS nas relações sexuais, essas campanhas antes de tudo, promove a redução das vulnerabilidades sociais das mulheres.

Conclusão ou Fechamento

      Em parte devido à sua constante reconfiguração, a epidemia da AIDS tem sido um campo fértil para a produção de múltiplos significados para risco segundo gênero. Se, no princípio, a AIDS foi tratada como uma “doença” que estava restrita a alguns grupos denominados “de risco”, segundo os padrões epidemiológicos vigentes para outras doenças infecciosas ,já se observava, mesmo nos primórdios  da epidemia, algumas tendências que se acentuariam com o passar dos anos.

     A progressão da epidemia em direção às mulheres, especialmente em direção àquelas em situação de pobreza era uma delas. À vulnerabilidade de certos grupos, tem sido observado em diferentes partes do mundo, tido como inerentes as particularidades locais.

foto:territoriofeminino.blogtv.uol.com.br/2008/03/

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Não desistimos...

   O vídeo que você irá assistir retrata a realidade das mulheres agricultoras rurais da Região do Córrego do Poção, área rural do município de Nova Venécia, estado do Espírito Santo. Elas decidiram por si só se juntarem e fundarem a AMURCOPAssociação de Mulheres Agricultoras Rurais da Região do Córrego do Poção – que é uma entidade sem fins lucrativos, e que prega entre outros princípios a abolição de qualquer discriminação de raça, cor, gênero ou religião.
   Dentre os objetivos da Associação temos: contribuir para o fortalecimento de uma consciência crítica nas mulheres para sua participação na vida privada e pública enquanto gênero; e lutar pela implantação das Políticas Públicas voltadas para a garantia dos direitos humanos e legais das mulheres.
São relatos verdadeiros, conscientes e cheio de vida.


O PAPEL DA MULHER NA FAMÍLIA E SOCIEDADE

 
                                           fabiopestanaramos.blogspot.com/2011/05/educacao


As sociedades humanas surgem divididas em clãs, em tribos e aldeias. Na fase pré-capitalista o modelo de família era multigeracional e todos trabalhavam numa mesma unidade de produção. O mundo do trabalho e o mundo doméstico eram coincidentes. A função de reprodutora da espécie, que cabe a mulher, favoreceu a sua subordinação ao homem. A mulher foi sendo considerada mais frágil e incapaz para assumir a direção e chefia do grupo familiar. O homem associado à ideia de autoridade devido a sua força física e poder de mando, assumiu o poder dentro da sociedade.
Surgem as sociedades patriarcais, fundada no poder do homem, do chefe de família. Assim a sexualidade da mulher foi sendo cada vez mais submetida aos interesses do homem, tanto no repasse dos bens materiais, como na reprodução da sua linhagem.
A mulher "passou a ser do homem" como forma dele perpetuar-se através da descendência. A função da mulher foi sendo restrita ao mundo doméstico, submissa ao homem.
Já na sociedade industrial o mundo do trabalho se divide do mundo doméstico. As famílias multigeracionais vão desaparecendo e forma-se a família nuclear (pai, mão e filhos). Permanece o poder patriarcal na família, mas a mulher das camadas populares foi submetida ao trabalho fabril, o abandono do lar trouxe consequências para as crianças. A revolução industrial separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado fora do lar. Nas fases de crises substituía-se o trabalho masculino pelo trabalho da mulher, pois era mais barato. Ao ser incorporado ao mundo do trabalho fabril a mulher passou a ter uma dupla jornada de trabalho. A ela cabia cuidar da prole, dos afazeres domésticos e também do trabalho remunerado. A dificuldade de cuidar da prole levou as mulheres a reivindicarem escolas, creches e o direito a maternidade. É nesse contexto que nasceu a luta das mulheres por melhores condições de trabalho.
Na sociedade capitalista persistiu o argumento da diferença biológica com base para a desigualdade entre homens e mulheres. As mulheres eram vistas como menos capazes que os homens. Cada vez mais o corpo da mulher pertencia ao homem, seu marido e senhor. o adultério era crime gravíssimo, pois colocava em perigo a legitimidade da prole como herdeira da propriedade do homem.
A luta das mulheres contra a forma de opressão a que eram submetidas foi denominada de feminismo e a organização das mulheres em prol da melhoria sociais foi conhecida como movimento de mulheres. As mulheres que assumiram o movimento feminista eram vista como "mal amadas" e discriminadas pelos homens e pelas mulheres que aceitavam o seu papel de submissa na sociedade patriarcal. A luta feminina é um busca de construir novos valores sociais, nova moral e nova cultura. É uma luta pela democracia, que deve nascer da igualdade entre homens e mulheres e evoluir para a igualdade entre todos os seres humanos, suprimindo as desigualdades de classe. O encontro de mulheres vem preencher uma lacuna deixada no interior e nos pequenos povoados, onde as mulheres são lesadas de conhecimentos e preparação no enfrentamento as mais diversas formas de opressão nos quais são as principais vítimas. 





A questão de gênero e os principais aparelhos de reprodução da sociedade.


"O impossível torna-se possível no momento
em que tu interiorizares que é possível e
está ao alcance da tu mão!
Há que lutar e o céu será o teu limite!"
extraido do site: img.photobucket.com/.../francofona/apontar.jpg


Refletir gênero dentro de um contexto social conservador torna-se um desafio. Para melhor compreensão  será feita uma análise da questão de gênero paralelamente aos principais aparelhos de reprodução da sociedade.

Sendo o primeiro, o aparelho ideológico da família, o qual muito bem usado pelo estado para conseguir moldar os indivíduos conforme suas necessidades. A família, o primeiro grupo social o qual fazemos parte e nela recebemos as primeiras orientações na formação de nossa conduta. De uma maneira ou outra, ela está presente direta ou indiretamente até a morte.

No modo de produção capitalista,  preocupa-se em produzir bens materiais. A família passa a ter menos tempo para a educação dos filhos, preparando-os de acordo com o sistema, conforme os padrões ditos corretos para inseri-los ao meio.

 Assim sendo, a maioria das famílias cabe ao marido e pai o máximo de autoridade, da mulher sempre se espera submissão e obediência; mesmo entre os filhos, o homem manda na mulher e lhes são permitidos certos comportamentos, certas regalias, que nenhuma maneira é permitida à mulher; o mesmo já é educado diferentemente, é educado para ser o chefe, para decidir, tomar iniciativa; a menina vai cuidar das coisas de casa, vai “servir”, cuidar das crianças. Mais uma vez as diferenças sexuais servem para reprodução das relações de dominação, pois quando  incluída na sociedade e no trabalho teremos novamente essas diferenças já consagradas e legitimadas e como regra, no trabalho vai receber menos que os homens, mesmo que faça o mesmo trabalho. O importante é que mantenham as hierarquias de poder, que as relações se estabeleçam verticalmente.

Quanto ao aparelho ideológico da escola, podemos considerar todas as etapas evolutivas presente na família, o qual em nada diferencia o seu papel, apenas dar continuidade a formação dada pela mesma. Referindo-se à escola vamos entender o aparelho criado pelo grupo dominante para reproduzir seus interesses, suas ideologias, que na maioria das vezes imposta, obrigatória, e controlada pelos que detêm o poder.

Outro aparelho importante e que caminha paralelo ao aparelho ideológico da família e da escola é a igreja. Muitas pessoas podem estranhar que as igrejas possa ser um aparelho a serviço da reprodução das relações de dominação, pois as igrejas se colocam a serviço da reprodução de dominação, principalmente na relação do sexo masculina com o feminino. Para melhor entender, vamos analisar algumas situações que fazem parte do cotidiano de uma igreja e que são aceitas como normais pelas pessoas. Por exemplo, quando na bíblia, no livro do gênese, muito usado por todas, na leitura sobre a criação, a figura da mulher se faz presente, a qual é responsabilizada pelo “pecado original”, pois foi ela que induziu e enganou o homem e o fez comer a “maça do pecado”, levando-os a perca do paraíso. Outro exemplo no mesmo contexto é quando a mesma é criada como fruto de um pedaço do homem, colocando-a numa situação de submissão e servidão. Outro exemplo é à figura de uma divindade, adotada e adorada por todas as igrejas, o homem se faz presente, deus é pai e não mãe. Já nos dias atuais, podem ser contadas a dedo as mulheres que exerçam o papel de pastora ou chefia de uma igreja. Em uma cerimônia de casamento, por exemplo, a mulher é colocada como passiva diante do fato, lhe são passadas as tarefas de obediência e submissão.

Portanto os aparelhos supracitados tem influência determinante na questão de gênero e são determinantes na estrutura social limitando a liberdade e autonomia de todos os indivíduos social e principalmente da mulher, isso se torna um grande aliado para impedir o desenvolvimento de um mundo melhor e igualitário.

Mas diante de tudo isso não há motivo para desânimo, só depende de cada um. Como diz CHE “sejamos realistas: exijamos o impossível”.


 

Movimento “Vamos Brincar”


A violência de gênero é um problema mundial ligado ao poder, privilégios e controle masculino. Atingem as mulheres independentemente de idade, cor, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual ou condição social.

O efeito é, sobretudo, social, pois afeta o bem-estar, a segurança, as possibilidades de educação e desenvolvimento pessoal e a autoestima das mulheres.  Historicamente, à violência doméstica e sexual somam-se outras formas de violação dos direitos das mulheres: da diferença de remuneração em relação aos homens à injusta distribuição de renda; do tratamento desumano que recebem nos serviços de saúde ao assédio sexual no local de trabalho. Essas discriminações e sua invisibilidade agravam os efeitos da violência física, sexual e psicológica contra a mulher.